quarta-feira, maio 09, 2012

5 - O vinho na economia e na política

Imperador Trajano
5 - O vinho na economia e na política

Ao imenso espaço que a vinha e o vinho ocupam nos diversos aspectos da convivência social dos povos mediterrânicos corresponde a incidência igualmente importante da vitivinicultura na economia e na política. A vinha seguiu a expansão da civilização mediterrânica até ao Médio Oriente, à Grécia, a Roma, e acompanhou constantemente a expansão do Império Romano na Península Itálica, na Ilíria, na França, na Alemanha, na Península Ibérica. Grande parte da população agrícola assegurava o seu sustento através da vinha, da oliveira e dos cereais, para além da pastorícia. Os períodos de prosperidade ou de decadência da vinha coincidiam frequentemente com os períodos de prosperidadde ou decadência das diversas regiões do Império e do próprio Império. Foi o que sucedeu quando a vinha, primeiramente cultivada pelos soldados romanos nas terras recebidas como recompensa, foi entregue aos cuidados dos escravos e dos libertos e mais tarde cultivada pelos "servos da gleba", sobrecarregados pelos impostos destinados a manter o gigantesco aparelho burocrático do Império de Diocleciano e de Trajano. Há mais de 2000 anos que a importância da viticultura torna necessária uma regulamentação rigorosa para a produção e o comércio do vinho, disposições severas contra as fraudes, medidas de limitação do cultivo da vinha nos períodos de grave crise de excedentes, organizações de mercado, enquanto vinho - "nil novi sub sole" - se mantém como uma fonte inesgotável e insubstituível de receitas fiscais. Podem citar-se , a título de exemplo, a lei romana das XII Tábuas de 450 a.C., que continha disposições relativas à poda; o Edicto de Domiciano de 92 a.C., que limitava o cultivo da vinha (revogado por Probos dois séculos mais tarde); as reformas de Diocleciano, que vinculavam os trabalhadores agrícolas à terra; o Edicto de Rothari de 643 d.C.; o capitular "de Villis" de Carlos Magno, que remonta a cerca de 800 d.C. e que relançava a cultura da vinha, e inúmeros outros documentos de todas as épocas, relativos principalmente aos impostos e às fraudes.

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